Tem-se tornado cada vez mais evidente dentro da academia e fora dela, que para se conseguir resolver as múltiplas crises que vivemos (climática, ecológica, desigualdade e injustiça), será necessário desconstruir o paradigma que associa crescimento económico infinito a noções de progresso e melhoria de qualidade de vida.
O conceito de decrescimento que tem vindo a ganhar popularidade, debruça-se sobre o que há de errado com a obsessão por crescimento económico, mas também explora o que é necessário para uma transformação de sociedade que tenha no seu cerne o cuidado pelas outras pessoas e povos, e pelos ecosistemas, em vez do objetivo de aumentar continuamente o que é produzido e consumido. No entanto, o que é necessário para mudar este paradigma?
Na minha investigação abordei esta questão focando-me no tema do consumo. Tentei perceber:
1. O que influencia o consumo? (de forma multi-disciplinar)
2. Como alterar sistemas de produção e consumo? (ex. circuitos curtos agro-alimentares)
3. Como reduzir o consumo e criar práticas decrescentistas?
Nesta apresentação debruçar-me-ei sobre a primeira questão, mostrando como uma perspetiva multi-disciplinar é essencial para captar temas multifacetados e societais como o consumo. Irei explorar também o papel de variados atores na manutenção ou desconstrução dos paradigmas económico-culturais existentes."